sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Justiça quer soltar Artuzi e devolver-lhe o cargo de prefeito em Dourados

O Ministério Público avalia como “duro golpe” a decisão da Justiça de negar o afastamento de Ari Artuzi da prefeitura de Dourados e de 9 vereadores dos cargos na Câmara Municipal. A Justiça extinguiu a ação.
Na avaliação do MPE, com o pedido negado pelo juiz Carlos Alberto Resende Gonçalves, da 4ª Vara Cível de Dourados, Artuzi pode reivindicar a volta à prefeitura assim que for solto, caso consiga relaxamento da prisão temporária. Ele poderia ocupar imediatamente o posto, hoje com juiz Eduardo Machado a frente.
A decisão que colocou o magistrado na prefeitura, perde a validade, caso Artuzi seja solto, porque segundo o Ministério Público, a nomeação do juiz foi emergencial, diante da impossibilidade do prefeito exercer as funções administrativas.
Os promotores ainda não decidiram se vão recorrer da decisão, ou ingressar direto com uma ação por improbidade administrativa, que teria a conseqüente cassação do prefeito.
O indeferimento foi uma surpresa para o Ministério Público, que havia solicitado o afastamento. Para o MPE, a decisão só fortalece os envolvidos no esquema de corrupção instalado na prefeitura de Dourados.
Alguns vereadores pediram licença e outros renunciaram aos cargos na mesa diretora da Câmara. Com o afastamento negado, os parlamentares “ganham uma luz no fim do túnel”, para permanecer no poder, avalia o Ministério Público.
O MPE teme que a decisão da Justiça resulte na volta dos políticos presos durante a Operação Uragano e causa comoção popular ainda maior. Revoltados, moradores de Dourados já invadiram prédio da Câmara, quebraram vidros, jogaram pedras em policiais militares e sapato em vereador durante audiência de retomada dos trabalhos.
Um dos argumentos utilizados no pedido de afastamento era justamente o clima tenso na cidade.
Fonte: campogrande.news 15/09/2010 - 18:33 h.

Polícia ataca populares, fere adolescentes e senhoras e aterroriza a cidade de Dourados

Rede Globo noticia ataques da polícia contra populares em Dourados, e tenta jogar a culpa no povo

Vídeo manifestação FORA ARTUZI E TODAS AS MÁFIAS!, na câmara de vereadores 09 de setembro

sábado, 11 de setembro de 2010

Organização Anarquista PAEM lança manifesto onde apresenta sua análise e propostas pras mobilizações populares na campanha "FORA ARTUZI E TODAS AS MÁFIAS"











     Fora Artuzi e TODAS as Máfias!



                             
   (O racista e corrupto Ari Artuzi, prefeito de Dourados)
 
  Demorou alguns meses, mas até que enfim o racista e corrupto Ari Artuzi, prefeito de Dourados, foi parar atrás das grades, acompanhado do pastor evangélico e vice-prefeito Carlinhos Cantor, da 1ª dama Maria Artuzi, que usava dinheiro desviado dos cofres públicos inclusive pra colocar silicone, 9 vereadores, sendo que os outros ainda estão sendo investigados, burocratas e burgueses, causando superlotação nas cadeias da região e chamando a atenção da opinião pública no mundo todo.
  A cidade, que no ano passado tinha sido sacudida pelos Owaris e Brothers, onde vários desses presos atuais já tinham sido encarcerados, foi sacudida por mais um escândalo de parasitagem e roubo de dinheiro público. A corrupção, conseqüência natural do sistema capitalista e da democracia representativa burguesa, onde tiram o protagonismo e o poder das mãos do povo e passam para representantes, que justamente por terem este poder refastelam-se em maracutaias com os ricos e espezinham as pessoas simples e trabalhadoras, está enraizada na gestão de todos os principais serviços públicos da cidade como saúde, educação, transporte coletivo, moradias populares, etc., envolvendo uma infinidade de empresas que controlam, na prática, todos os rumos de nossa cidade pagando propina pra políticos de seja lá qual for a opção partidária.
  Agora a conjuntura apresenta-se da seguinte forma: um consenso patronal pregado como verdade pela imprensa burguesa, a liberação de quase todos os presos pela “justiça”, sendo que nenhum deles perdeu oficialmente o cargo, a aclamação do ex-secretário que delatou os esquemas como herói, a posse como prefeito interino de um juiz, que vêm compondo sua administração com alguns dos mais reacionários nomes da extrema-direita da região, incluindo alguns também envolvidos em escândalos antigos e, obviamente, os belos exemplos de indignação e resistência populares, que têm gerado manifestações maciças quase que diárias.

Os caminhos que se apresentam

  Colocados os fatos várias posições vêm sendo apresentadas por forças políticas das mais diversas e disputam a hegemonia nas discussões:

  • Restauração da administração Artuzi: tese defendida por setores ligados aos pilantras que foram presos, em que argumentam não existir provas contra os acusados, apesar das dezenas de horas de filmagens, exibidas inclusive em rede nacional, onde aparecem os corruptos recebendo a propina e comemorando mais que abelha no mel, como o revoltante caso do vereador Zezinho da Farmácia. Ainda nesta camarilha incluem-se cabos eleitorais e correligionários de alguns dos malandrões que, ainda, são candidatos nestas eleições de 2010, como o “ficha limpa” Marcelo Barros, o presidente da câmara Sidiley Alves, dentre outros;
  •  Manutenção da administração interina: tese defendida por setores ultra-reacionários como grupos políticos ligados as antigas gestões Brás Melo e Humberto Teixeira, pelo jornal O Progresso, que recentemente completou 60 anos de jornalismo contra a classe trabalhadora sulmatogrossense, juízes e oficiais de polícia e do exército, em que concordam com a deposição de Artuzi mas querem que esta configuração de secretariados que se apresenta no atual momento receba o respaldo da legitimidade;
  • Posse das suplências: tese defendida por setores dos partidos aos quais pertencem os corruptos, mas que, espertamente, defendem a cassação dos envolvidos e que os suplentes do partido sejam empossados, ou seja, saem os bodes expiatórios, mas mantém-se as quadrilhas. Esta tese prevê ainda que os suplentes que assumirem a vereância decidam entre eles quem será o novo prefeito;
  •  Intervenção do governo do estado: tese defendida por ruralistas ligados ao governo do estado, em que propõem a cassação dos corruptos e a imposição político-militar de uma administração indicada por André Puccinelli e seus aliados, numa espécie de golpe de estado pós-moderno. É ainda o plano B dos setores ligados à administração interina;
  • Novas eleições: tese defendida por setores como a OAB, algumas organizações da sociedade civil e por partidos políticos que, por enquanto, não estão envolvidos neste escândalo atual, especialmente o PT que já sonha com a volta à prefeitura, e apêndices pseudo-socialistas do PT, que apesar do discurso encaminham tudo conforme os anseios deste partido, ao qual estes apêndices dizem fazer oposição.

A revolta popular e a resistência das ruas


 (Populares protestam na delegacia da polícia federal)

  Dentro deste cenário a classe trabalhadora e os setores populares estão fazendo sentir sua presença, apesar das tentativas de silenciamento encabeçadas pela imprensa burguesa e da pressão exercida pelos grupos que vêm defendendo as teses acima. Já antes das prisões setores populares, como o Movimento Poder Popular/MPP, o Movimento Estudantil Autônomo/MEA e professores ligados à CONLUTAS já vinham organizando e estruturando o lançamento da campanha “FORA ARTUZI E TODAS AS MÁFIAS!”, que seria levada a cabo durante o Grito d@s Excluíd@s no 7 de setembro. Contudo, com as prisões tendo acontecido no 1 de setembro estes setores iniciaram imediatamente a campanha, com uma manifestação de protesto na frente da delegacia da polícia federal, recebendo no mesmo instante a adesão de sindicatos, organizações estudantis e moradores de toda a cidade. No dia 2 estudantes puxam uma marcha pelas ruas do centro da cidade culminando em ato simbólico na câmara de vereadores. Debates, articulações, panfletagens, são algumas das atividades iniciadas em todos os cantos da cidade.
  Com toda a movimentação o que restou da prefeitura, acuada, decide por cancelar o desfile do 7 de setembro, com o objetivo, claro, de impedir a ampla mobilização popular que se pronunciava para o Grito d@s Excluíd@s. Frente à isto setores sindicais decidem por chamar uma marcha na segunda feira, 6 de setembro. O ato que começou interessante, com microfone aberto a todas as pessoas e grupos presentes, descambou em uma tentativa de aparelhamento por setores ligados a candidatos pra estas eleições de 2010, fazendo com que vários populares abandonassem a marcha durante o trajeto. Com isto depurou-se uma ala pelega das manifestações, ancoradas em políticos pedindo novas eleições e propondo uma grande conciliação com as classes dominantes regionais, e uma ala popular, denunciando a corrupção como conseqüência estrutural do sistema capitalista de democracia indireta representativa, e propondo a organização popular autônoma e a ação direta popular como meios de exigir as melhorias que nossa população tanto anseia. Neste mesmo dia assume interinamente a prefeitura um juiz, que em acordo com o exército volta a marcar o desfile para o 7 de setembro.

 (populares protestam dia 6 de setembro)

  Sendo assim no dia 7, logo pela manhã, centenas de pessoas ligadas a diversos movimentos e organizações populares tomam a avenida Marcelino Pires, numa das maiores movimentações de rua acontecidas nos últimos anos em Dourados. Ao aproximar-se do palanque de “autoridades”, minguado neste ano pelo fato das digníssimas autoridades estarem em sua maioria presas e/ou fugidas dos olhos e fúria populares, os manifestantes foram cercados por tropas do exército, que pressionadas pela multidão receberam a ordem de seus intimidados comandantes para cederem, causando grande regozijo entre os populares.  
  Porém foi justamente nesta parte do trajeto que ficou claro para todos quais eram as diferentes posições que vinham sendo defendidas nas manifestações. Professores da rede municipal rapidamente iniciaram protestos contra a horripilante figura que assumiu a Secretaria de Educação interinamente, sujeito que foi o protagonista do escândalo do sumiço do dinheiro da merenda escolar em meados dos anos 90. Setores ultra-pelegos puxam então sua grande maracutaia de conciliação de classes, aplaudindo políticos, juízes e chefes de polícia presentes no palanque, começando uma cantoria do hino nacional, que não foi acompanhada pela multidão, e abrindo os braços para políticos e candidatos que espreitavam e apareceram como que por encantamento de todos os lados. Daí setores que sonham com a sua própria subida ao palacete municipal, começaram a clamar por diretas já, arrastando a reboque alguns populares confusos, mas tendo em seu grosso políticos e cabos eleitorais formando um bloco e saíram em disparada, deixando pra trás os grupos defensores da organização popular e da autonomia dos/as trabalhadores/as. Este outro bloco, formado pelo Movimento Poder Popular/MPP, setores estudantis (Movimento Estudantil Autônomo/MEA), culturais (Movimentos Reaggae e Punk), sindicais (CONLUTAS e oposições) e moradores dos bairros, puxaram palavras de ordem contra a corrupção, filha do sistema capitalista e sua democracia burguesa, contra todas as propostas de intervenção, estabeleceram críticas aos grupos eleitoreiros, sintetizadas no slogan “Nossos sonhos não cabem nas urnas!”, e distribuíram muito material propondo a organização popular autônoma e a formação de conselhos populares, integrados por trabalhadores/as, estudantes e moradores/as dos bairros de periferia, para levar a cabo e dar mais fôlego a campanha “FORA ARTUZI E TODAS AS MÁFIAS” e a elaboração de uma plataforma de exigências da classe trabalhadora, apontando a mobilização nas ruas e a combatividade como forma de garantir o cumprimento das reivindicações populares, atraindo de imediato a simpatia e a adesão de pessoas que acompanhavam os desfiles.
  Apesar da mobilização, os “tribunais de justiça” decidem por libertar quase todos/as os/as presos/as, sendo que inclusive marca-se assembléia na câmara municipal, com a possível participação dos corruptos, para a quinta feira, 9 de setembro, às 9 horas da manhã. O povo não se fez de rogado. Uma gigantesca multidão lota o plenário, e uma outra multidão maior ainda aglomera-se do lado de fora, impedida por tropas de choque de adentrar no recinto. Dos envolvidos apenas o cara de pau Aurélio Bonatto apareceu, recebendo uma bela sapatada na cara, disparada por um morador da cidade. Com isto cancela-se a sessão e o corre-corre dos 4 vereadores presentes foi grande. O povo não arreda o pé do local, atirando ovos nos carros dos ilustres representantes, e gritando pra todos ouvirem sua justa indignação. Agora promete-se nova sessão pra segunda feira, dia 13.  

 (Grito d@s Excluíd@s 2010)

A alternativa Anarquista

  Este cenário vem para, uma vez mais, ilustrar e demonstrar a justeza de nossa posição de denúncia do sistema capitalista e da democracia burguesa, como fontes geradoras de exploração, corrupção e rapina contra as pessoas simples e trabalhadoras. Ao contrário do que as classes dominantes e setores pelegos vêm defendendo, os fatos mostram por si só que o Estado e suas instâncias não passam de ferramentas, quiçá as maiores, de dominação da burguesia sobre o povo. Por isso fazemos questão de alertar à todos e todas sobre a fragilidade e, mais que isso, a falsidade que vêm por trás dos pedidos de eleições ou da posse de quem quer que seja que estes “democráticos bom-senhores” vêm lançando cidade a fora. O que une estes eleitoreiros todos do mesmo lado é o fato de desejarem, ansiosamente, elevarem-se aos famigerados louros do trono municipal e, então, heróis delatores, patrões gentis, oficiais de alta patente, generais sem exército, clericais e pelegos dão-se as mãos numa “santa cruzada” para impedir que uma crítica estrutural ao sistema seja elaborada pelo povo e para destruir toda forma de organização que garanta o protagonismo popular. E é justamente aí que se encontra nossa posição.
  No nosso entendimento este é o momento pra que todos/as os/as militantes e pessoas que desejam sinceramente uma mudança profunda nesta sociedade, mantenham-se ocupando as ruas e outro locais para garantir a deposição imediata de todos os envolvidos, o que ainda não foi conseguido, e denunciem todo o lamaçal e podridão que configuram o capitalismo e seu Estado DEMOcrático de “direito”. Ampliar por todos os meios possíveis e coerentes com nossos sonhos a abrangência desta discussão, enfatizando o fato tão claro e óbvio de que independente de que quadrilha estiver na chefia da prefeitura ou de qualquer outro órgão governamental, é só com muita organização e luta, com mobilização nas ruas, nos locais de moradia, trabalho e estudo, que conseguiremos fazer frente e fazer cumprir nossas exigências perante o sistema dos ricos e seus políticos corruptos.
  Apoiamos apaixonadamente a posição defendida por movimentos e setores populares combativos da cidade quanto à criação de diversos comitês “Fora Artuzi e Todas as Máfias” pela cidade. Defendemos, ainda, que nestes comitês sejam efetuadas as discussões e encaminhamentos necessários à estruturação e consolidação de uma plataforma de lutas e exigências para servir de base à batalha de nosso povo. Partindo do debate sobre os esquemas de corrupção agora revelados e entendendo que quem pagava a propina pros políticos eram empresas e especuladores financeiros que controlam, consequentemente, os principais serviços públicos da cidade, estes comitês poderão elaborar uma série de propostas e encaminhamentos práticos quanto à luta por melhores condições de saúde, transporte, moradia, educação, etc..Acreditamos que a multiplicação e fortalecimento destes comitês, apoiados na discussão de base e na ação direta popular, sem ligações com governantes e candidatos, fornecerá os subsídios necessários para que no próximo período estes mesmos comitês transformem-se em autênticos conselhos populares autônomos, possibilitando o desabrochar de um potente movimento comunitário que, a olhos vistos, se anuncia.
  Nós, enquanto Anarquistas, estamos junto de nosso povo, combatendo firmes nas barricadas populares e apontando para a Revolução Social e a construção da Autogestão Popular em todos os níveis de nossa vida como o grande objetivo a ser buscado pelas movimentações de nossa gente. Que cada grito, cada gesto, cada panfleto, cada companheira e companheiro que se juntar nesta empreitada não sirva de joguete nas mãos de poderosos e políticos, mas que venha a ser mais um pequeno tijolo colocado na edificação de um outro mundo, socialista e libertário.

NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS URNAS!
VIVA A ORGANIZAÇÃO E A LUTA POPULAR!
VIVA A ANARQUIA!

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